terça-feira, 23 de agosto de 2016

    
    O CAUSO DO PIDÃO INCORRIGÍVEL.


Neste fim de semana estivemos no Lago Dourado, reunidos com minha irmã Nancy, seus filhos e netos. Foi um dia agradabilíssimo. Nas conversas com os sobrinhos, um deles me mostrou uma fita de um humorista narrando o caso de um sacristão que era um chato pidão. Ri muito com a história e me lembrei de outra contada por tio Paulo.

Dizia meu tio que em Simão Dias tinha um gajo que era pedinte contumaz. Pedia tudo e usava todos os meios para conseguir qualquer coisa. Em um dia de sábado, meu tio estava na feira quando se aproximou o gajo, fazendo o gesto de todo pidão: mostrando a mão aberta e estirada para indicar solicitação. Chegou perto e foi dizendo: – Seu Palo me dê um trocadinho...

O tio coçou os bolsos e deu a resposta de sempre:

 – Madeirinha, não tenho nem um centavo no bolso. Perdoe..
.
O pedinte não perdoou e fez novo pedido:

 – Então me dê esse boné que tá na sua cabeça...

 – Não posso. O boné está protegendo minha careca do sol quente – respondeu meu tio.

O insistente pedinte olhou para o bolso da camisa de meu tio e voltou à carga:

 – Ora meu amigo, tenha paciência e me dê um cigarrinho desses que você tem no bolso.

 – Madeirinha, essa caixa que você vê no meu bolso não é cigarro, é um colírio que uso para desembaçar os olhos.

Diante da resposta, o pidão não esmaeceu, com as pontas dos dedos, segurou as pálpebras, arregalando os olhos, aproximou-se ainda mais do meu tio, e fez o último pedido:

 – Seu Palo, ponha três gotinhas aqui...

Dizia meu tio que a posição do pedinte era tão engraçada que mereceu o pronto atendimento.

Aracaju, 23/08/2016

BETO DÉDA

Nenhum comentário:

Postar um comentário