O
CAUSO DO PIDÃO INCORRIGÍVEL.
Neste fim de semana
estivemos no Lago Dourado, reunidos com minha irmã Nancy, seus filhos e netos.
Foi um dia agradabilíssimo. Nas conversas com os sobrinhos, um deles me mostrou
uma fita de um humorista narrando o caso de um sacristão que era um chato
pidão. Ri muito com a história e me lembrei de outra contada por tio Paulo.
Dizia meu tio que em
Simão Dias tinha um gajo que era pedinte contumaz. Pedia tudo e usava todos os
meios para conseguir qualquer coisa. Em um dia de sábado, meu tio estava na
feira quando se aproximou o gajo, fazendo o gesto de todo pidão: mostrando a
mão aberta e estirada para indicar solicitação. Chegou perto e foi dizendo: – Seu Palo me dê um trocadinho...
O tio coçou os bolsos e
deu a resposta de sempre:
– Madeirinha, não tenho nem um centavo no
bolso. Perdoe..
.
O pedinte não perdoou e
fez novo pedido:
– Então me dê esse boné que tá na sua
cabeça...
– Não posso. O boné está protegendo minha
careca do sol quente – respondeu meu tio.
O insistente pedinte
olhou para o bolso da camisa de meu tio e voltou à carga:
– Ora meu amigo, tenha paciência e me dê um
cigarrinho desses que você tem no bolso.
– Madeirinha, essa caixa que você vê no meu
bolso não é cigarro, é um colírio que uso para desembaçar os olhos.
Diante da resposta, o
pidão não esmaeceu, com as pontas dos dedos, segurou as pálpebras, arregalando
os olhos, aproximou-se ainda mais do meu tio, e fez o último pedido:
– Seu Palo, ponha três gotinhas aqui...
Dizia meu tio que a
posição do pedinte era tão engraçada que mereceu o pronto atendimento.
Aracaju,
23/08/2016
BETO
DÉDA
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