sexta-feira, 10 de julho de 2020


CURIOSIDADES SOBRE O QUE É RELATIVO EM CONTRADIÇÃO AO ABSOLUTO.


Hoje estou a meditar sobre curiosidades que me despertavam interesse no tempo que eu era jovem e me divertia lendo textos curiosos publicados nos gibis, almanaques ou em uma revista denominada “Seleções Reader’s Digest” (esta sempre chegava a minhas mãos com grande atraso).

Entre outros assuntos curiosos, eu gostava de ler textos que tratassem sobre a relatividade em contradição ao radical "absoluto" das coisas. Assim é que me lembrei de algumas curiosidades que repasso, aqui e agora, com base nos limites do que guarda minha quase octogenária cachola.

A primeira delas refere-se a um fato que aconteceu com um herói inglês. Era um soldado admirado durante a segunda guerra mundial por sua reconhecida coragem em desativar minas enterradas pelo inimigo no campo de batalha. Ele enfrentava com invejável calma os perigos de uma súbita explosão ao desarmar as bombas. Sua bravura era considerada absoluta, nada o amedrontava. Infelizmente a vulnerabilidade de sua enorme coragem foi dramaticamente revelada quando ele foi chamado para desativar uma bomba na cidade de Londres. O petardo fora descoberto em um buraco próximo a um abrigo. Pouco depois de o soldado entrar no local para iniciar o desmonte, os companheiros, que o seguiam à distância, foram surpreendidos com a corrida desesperada do herói, afastando-se do local. Trêmulo, sem desfaçar o nervosismo, justificou que não desativaria a bomba porque próximo ao local estava uma "terrível" barata. Ele tinha um medo incontrolável daquele tipo de inseto. Aí então aconteceu que a coragem absoluta do laureado herói foi para o brejo. Uma simples barata era uma das exceções a demonstrar o relativismo de sua bravura.

Outra curiosidade sobre este tema aconteceu com o cientista inglês Isaac Newton, que cuidou da lei da atração dos corpos. No tempo que estudei no Atheneu Sergipense, lembrávamos, com muito humor, que a lei da atração da gravidade fora descoberta quando o cientista estava embaixo de uma macieira e uma maçã caiu e bateu em sua cabeça. E deduzíamos: se fosse uma jaca,  ele  que estaria fodido...

Alegoria à porta dos gatinhos(Beto Déda)
Pois bem. Dizem que o Isaac Newton mantinha em seu laboratório uma gatinha de estimação, que ficava rosnando na porta para entrar ou sair. O cientista então fez uma abertura na porta para a gatinha passar sem lhe incomodar. Pouco tempo depois, a gata pariu quatro lindos gatinhos e o cientista não vacilou: fez mais quatro buracos na porta, de modo que a gata e seus filhotes não o incomodassem no vai e vem. Não atentou que pela mesma passagem, reservada à gata, também passariam os filhotes. Ao cuidar das passagens dos gatinhos, a inteligência absoluta do cientista fora desativada.

Estas curiosidades me lembram do saudoso Célio Loureiro, colega do BNB, ilustre advogado e professor cearense. Em suas aulas de Direito Bancário ele sempre orientava para não nos enganarmos com normas ditas como absolutas. E quando alguém mencionava algo como absoluto, ele advertia  dizendo: “Em termos...”. Então apresentava exceções que relativizavam a regra.

Aliás, o iluminado Albert Einstein, que desenvolveu a teoria da relatividade, dizia que tudo é relativo. Absoluto mesmo só a velocidade da luz.

Tais curiosidades nos levam a pensar melhor sobre as pessoas, sem exageros, o que nos traz à memória o que dizia o escritor Mark Twain, ao afirmar que até um relógio parado está certo pelo menos duas vezes em um mesmo dia. O que é confirmado pela piada do doido que auxiliou um inteligente senhor a usar o pneu sobressalente que não tinha parafusos. O maluco resolveu o problema tirando um parafuso de cada um dos três pneus bons, de modo que o carro, com três parafusos em cada roda, chegasse até um borracheiro. O dono do automóvel, impressionado com a ideia, indagou: “Como pode, dizem que você é maluco? Então, sem pestanejar, o mentecapto  respondeu: “Posso ser doido, mas não sou burro!"... 

São chistosas curiosidades para acalmar os dias de isolamento social provocado pelo Coronavírus e lembrar os ditos populares:

"Nem tudo que reluz é ouro!"
"Nem tudo que balança cai!"

Aracaju, 10/07/2020
BETO DÉDA