RECORDANDO SÁBIOS ENSINAMENTOS.
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Foto da recente reunião dos filhos de Carvalho Déda e Sinhazinha Déda |
Ao ver uma fotografia
do recente encontro com meus queridos irmãos, tive a alegria de me lembrar de
momentos de sábias lições.
A primeira lembrança
é de um simples fato com meu saudoso pai. Estávamos na redação d’A SEMANA, em
momento de descontração. Ele olhou-me por baixo dos óculos e pediu que eu lesse
em voz alta o Salmo do Rei David que trata da união fraternal. Era o salmo
número 133 que ele datilografara em uma folha de papel. Diz o salmo:
“Oh! Como é bom e agradável viverem unidos os
irmãos!
É
como o óleo precioso sobre a cabeça, o qual desce para a barba, a barba de
Arão, e desce para a gola de suas vestes.
É
como o orvalho do Hermom, que desce sobre os montes de Sião.
Ali
ordena o SENHOR a sua bênção, e a vida para sempre.”
Fiz a leitura,
descontraidamente, sem emoção. Mas não deixei de perceber o brilho do olhar do
meu querido pai, que cultivava com esmero o amor fraternal e familiar. Somente
no futuro é que percebi o ensinamento e a direção que ele me indicava.
Tempos depois, em 1963, quando estudava em Salvador, recebi de tia Francisquinha Déda um
presente que ainda hoje conservo, e vez por outra leio e medito: uma Bíblia
Sagrada, traduzida em português por João Ferreira de Almeida, editada pela
Sociedade Bíblica do Brasil.
Assim que recebi o Livro Santo de minha
tia, a primeira leitura que fiz foi o salmo 133 de David. E essa prioridade foi ditada pela lembrança do inesquecível ensinamento do meu pai.
Muitos anos
depois, trabalhando em Jequié, a “cidade sol” baiana, reencontrei o bendito salmo, que eu passei
a repetir com entusiasmo “entre colunas”, com avental de obreiro, como se
segurasse o maço e o cinzel, suavizando arestas, e pensando forte – como o fazia
meu velho pai e mestre nos velhos tempos – em defesa da
LIBERDADE, da IGUALDADE e da FRATERNIDADE, valores que pontuamos na justeza de
nossas assinaturas.
São preciosidades
de meu tesouro que guardo com carinho na arca de minhas recordações.
Na verdade, sempre
estou a revê-las e, quando posso, repasso para os que cultivam, como eu, essas
grandezas imateriais.
As fotos avivam
as lembranças.
Aracaju, 05/10/2015
Beto Déda