quarta-feira, 7 de outubro de 2015


RECORDANDO SÁBIOS ENSINAMENTOS.



Foto da recente reunião dos filhos de
Carvalho Déda e Sinhazinha Déda
Ao ver uma fotografia do recente encontro com meus queridos irmãos, tive a alegria de me lembrar de momentos de sábias lições.

A primeira lembrança é de um simples fato com meu saudoso pai. Estávamos na redação d’A SEMANA, em momento de descontração. Ele olhou-me por baixo dos óculos e pediu que eu lesse em voz alta o Salmo do Rei David que trata da união fraternal. Era o salmo número 133 que ele datilografara em uma folha de papel. Diz o salmo:

 “Oh! Como é bom e agradável viverem unidos os irmãos!

É como o óleo precioso sobre a cabeça, o qual desce para a barba, a barba de Arão, e desce para a gola de suas vestes.

É como o orvalho do Hermom, que desce sobre os montes de Sião.

Ali ordena o SENHOR a sua bênção, e a vida para sempre.”

Fiz a leitura, descontraidamente, sem emoção. Mas não deixei de perceber o brilho do olhar do meu querido pai, que cultivava com esmero o amor fraternal e familiar. Somente no futuro é que percebi o ensinamento e a direção que ele me indicava.

Tempos depois, em 1963, quando estudava em Salvador, recebi de tia Francisquinha Déda um presente que ainda hoje conservo, e vez por outra leio e medito: uma Bíblia Sagrada, traduzida em português por João Ferreira de Almeida, editada pela Sociedade Bíblica do Brasil.

Assim que recebi o Livro Santo de minha tia, a primeira leitura que fiz foi o salmo 133 de David. E essa prioridade foi ditada pela lembrança do inesquecível ensinamento do meu pai.

Muitos anos depois, trabalhando em Jequié, a “cidade sol” baiana, reencontrei o bendito salmo, que eu passei a repetir com entusiasmo “entre colunas”, com avental de obreiro, como se segurasse o maço e o cinzel, suavizando arestas, e pensando forte – como o fazia meu velho pai e mestre nos velhos tempos – em defesa da LIBERDADE, da IGUALDADE e da FRATERNIDADE, valores que pontuamos na justeza de nossas assinaturas.

São preciosidades de meu tesouro que guardo com carinho na arca de minhas recordações.

Na verdade, sempre estou a revê-las e, quando posso, repasso para os que cultivam, como eu, essas grandezas imateriais.

As fotos avivam as lembranças.

Aracaju, 05/10/2015

Beto Déda