sexta-feira, 25 de maio de 2018



Um abraço pra você...

Hoje estou festejando meu aniversário. Como sempre, sinto-me feliz em recordar, mais uma vez, a história que me foi contada por minha saudosa mãe. 

Dizia ela que minha vida começou em uma manhã chuvosa do dia 25 de maio de 1941, na Rua dos Ribeiros, em Simão Dias. Cheguei ao mundo parecendo que não respirava e não chorei ao tomar a primeira palmada na bunda. Contou-me, balançando-me no colo, que eu só despertei e comecei a chorar, apresentando os sinais de vida, depois que meu pai, aflito, bateu com um garfo em um prato fazendo zoada junto ao meu ouvido.

Já decorreram setenta e sete anos daquela data e, ao comemorar, abro o meu tesouro de riquezas intangíveis, formadas pelas lembranças de fatos e pessoas que, de uma forma ou outra, moldaram o meu cabedal. Percebo que ao caminhar pela estrada da vida, neste último ano, novas experiências surgiram, aumentando os teres e haveres deste meu tesouro, e que foram ocasionadas pela positiva atuação das pessoas que convivo hoje, que se aliam aos imortais ensinamentos de queridos e inesquecíveis personagens de outrora.



Foto de hoje, com o chapéu de meu neto cobrindo a careca.
Na comemoração de hoje, não penso e nem pretendo parecer mais novo, nem mais velho do que sou. Fico contente e feliz ao comemorar meus 77 anos. Sou o que sou. Continuo adorando minha família, querendo bem aos amigos e amigas, lembrando os queridos que já se foram para outra dimensão e fazendo as coisas que me agradam: cantar no banheiro, assistir a bons filmes, cuidar das plantas que cultivo no meu sítio e fazer meus armengues em minha mini oficina de marcenaria. Além disso, gosto de compartilhar meus sonhos e feitos, usando este computador para escrever e transmitir aos parentes e amigos virtuais.



De sábios instrutores e parentes aprendi que o número 77 tem significados importantes. Na numerologia o número apresenta características do equilíbrio, que correspondente ao bom senso, ao espírito de liberdade e a capacidade de buscar a evolução maior na direção da Luz. 

A idade que atinjo é formada pela duplicidade do dígito sete, que é o número da harmonia, considerado místico, porque está presente na filosofia e literatura sagrada desde antiguidade até os dias de hoje.

Espero e creio que no decorrer dos meus setenta e sete anos, que inicia hoje, estejam presentes em meu espírito a defesa da liberdade, o equilíbrio, o bom senso diante de opiniões divergentes e que continue acreditando que Deus é Amor.

No mais, inverto a situação comum nos dias de aniversário e, com riso de orelha a orelha, mando um abraço fraterno para meus amores, de ontem e de hoje: todos os meus queridos parentes e amigos.

E que a paz e a alegria estejam presentes no lar de todos nós.

ARACAJU, 25 DE MAIO DE 2018 (Dia do meu aniversário)

BETO DÉDA

segunda-feira, 21 de maio de 2018



UM TROTE INESQUECÍVEL. 





Carteira de Estudante de Economia
Na tarde desta segunda-feira, 21 e maio, eu estava procurando um documento em meus arquivos e deparei-me com uma antiga carteira de estudante. Foi como um toque em minha memória para relembrar um fato engraçado e importante de minha vida. 

No final da primeira metade dos anos sessenta eu trabalhava como redator da Secretaria de Imprensa do Governo de Sergipe e comecei a estudar na Faculdade de Ciências Econômicas, cujo prédio ficava na Praça Camerino, aqui em Aracaju. 


Prédio da antiga Faculdade de Ciências Econômicas
Praça Camerino - Aracaju - Foto Google Maps
Naquela época os jovens que passavam no vestibular eram submetidos a um rigoroso trote. 

Fiz o vestibular e, depois de alguns dias, fui até a Faculdade pra saber o resultado. Lá chegando, alguns veteranos que me conheciam – e de antemão sabiam que eu tinha sido aprovado – sugeriram à turma encarregada do trote que não me deixassem escapar. 


E eles realmente não me deixaram fugir. Cortaram minha cabeleira com máquina zero, rasgaram minha camisa e entre outras gozações, derramaram sobre minha cabeça um balde de água misturada com pigmento de  óxido de ferro, deixando todo meu corpo banhado de vermelho. A alegria dominou o pátio do prédio da Faculdade.


Terminada a fuzarca, os veteranos liberaram os calouros. Eu morava na casa dos queridos Haroldo/Maura, que ficava na Rua de Boquim, próxima à Faculdade. Fui até lá e bati no portão. Minha irmã Maura veio atender e tomou um susto danado. Vendo-me com a cabeça raspada e o corpo todo coberto de pigmento vermelho, pensou que era sangue e que eu tinha sido atropelado em doloroso acidente. 

Notando seu semblante de surpresa e agonia, apressei-me em avisá-la que estava tudo bem e que aquilo fora um trote dos estudantes por ter sido aprovado no vestibular. Mas ela, apavorada, não me ouvia. E trêmula, gritava para Haroldo me socorrer... 

O Haroldo apareceu e seguiu-se um grande bafafá em que todos nós falávamos ao mesmo tempo. 

Somente depois de alguns instantes de desespero é que eles cuidaram de observar meu estado cômico. Então tudo foi devidamente esclarecido e terminou em incontidas gargalhadas.

Ainda hoje relembrei pra eles este fato, e nos divertimos muito, lembrando a aflição que tiveram depois do meu alegre trote.

Aracaju, 21 de maio de 2018.

Beto Déda