O romance “O Triunfo” de Ranulfo Prata.
Do meu amigo de
Lagarto, José Carvalho de Meneses (Juquinha), recebi uma nova edição do romance “O triunfo”, escrito
por Ranulfo Prata, cuja primeira publicação aconteceu no Rio de Janeiro, no ano de 1918,
quando o escritor contava apenas com 22 anos de idade.
O exemplar que recebi
do Juquinha é uma reedição comemorativa do centenário da primeira publicação e
foi organizada por uma equipe composta de alguns integrantes da Academia
Lagartense de Letras: Beatriz Gois Dantas, Claudefranklin Monteiro Santos e
Paulo Andrade Prata.
![]() |
Capa da nova edição do livro "O Triunfo" |
![]() |
A casa do Cel.. Felisberto Prata e, posteriormente , a antiga Prefeitura |
Na primeira parte do
romance “O Triunfo”, Ranulfo Prata descreve fatos e pessoas de nossa cidade no
início do século passado, época que era denominada de Anápolis. Ele menciona as festas, os lugares de conversas e mexericos, as noticias do
jornal da cidade e a rivalidade política, que se estendia até às duas bandas de músicas
protegidas pelos partidos. O interessante é que o escritor descreve as filarmônicas com os seus nomes e apelidos reais: a Lira
Santana, conhecida como Lambe-tudo, e Lira Santa Cecília, apelidada de Cacumbi. O jornal também é descrito com o nome do que
circulava em Simão Dias naquela época: A
Luta.
No que diz respeito ao
jornal A Luta, editado em Simão Dias pelo jornalista Emílio Rocha, vale ressaltar que nas pesquisas que fiz na
Biblioteca Epifânio Dória, encontrei e copiei várias notícias sobre Ranulfo
Prata, inclusive entrevistas que concedera na residência seus pais. Também
naquele jornal, edição de 27/02/1938 (ver cópia abaixo), meu tio Francino Silveira Déda, usando o
pseudônimo Frasilde, fez bons
comentários sobre as obras de Ranulfo Prata. A
crônica de meu tio foi transcrita no livro Ranulfo
Prata Vida & Obra, organizado por Gilfrancisco, editado pela EDISE, em
2018, pg. 198.
![]() |
Página do jornal A LUTA e o artigo de meu tio Francino Silveira Déda(que assinou com o pseudônimo Frasilde) |
Em maio de 2016,
comentei, aqui, o trabalho de Ranulfo Prata e mencionei o seu livro “Navios
Iluminados”, 5ª edição, publicado pela Universidade de São Paulo (USP), em 2015
(volume que me foi presenteado pelo colega Gilberto Duarte Abreu, que reside na
capital paulista). Na parte final da apresentação daquele livro, a Profª Marisa
Midori Deaecto dizia que já era época de redescobrir a obra do escritor
patrício.(*)
Demorou, mas,
recentemente, foi redescoberto em nossa terra.
E
isto acontece graças àqueles que se preocupam com a nossa cultura e, aqui, vale destacar a atuação do simãodiense Belivaldo Chagas, Governador do Estado, que através da EDISE – Editora Diário Oficial do Estado de
Sergipe, divulga as importantes obras desse escritor sergipano.
O meu abraço agradecido ao Juquinha, pela lembrança e pelo livro.
(*)(Ver https://carlosalbertodeda.blogspot.com/2016/06/lendo-naviosiluminados-o-romance-de.html).
(*)(Ver
Aracaju, 27/02/2020
Beto Déda