Os patifes estão trocando o nosso Brasil pelo “Brazil” que os outros querem.
Acontecimentos recentes
fizeram-se recordar a leitura de um livro didático que, nos anos 50, fazia
parte da grade curricular do Grupo Escolar Fausto Cardoso, em Simão Dias.
O texto descrevia uma
reunião de patrícios que procuravam reunir forças para combater a invasão
Holandesa, em episódio histórico conhecido como a Insurreição Pernambucana.
Nunca esqueci parte daquela
leitura. E tento, agora, num esforço de memória, transmitir essa lembrança. O
texto parece-me que dizia o seguinte:
“Na quietude do rancho, sob a luz
lúgubre de um candeeiro, dizia André Vidal de Negreiros:
Tudo
perdido, meu caro João Fernandes Vieira... Tudo perdido... Olinda vai se tornar
Holanda! É a simples troca de um ‘i’ em ‘a’. Olinda vai se tornar Holanda...”
O texto seguia
demonstrando o interesse dos insurretos em lutarem para evitar que os
holandeses consolidassem a invasão. Lutaram bravamente e conseguiram derrotar
os invasores no ano de 1654, sob o comando de André Vidal de Negreiros, João
Fernandes Vieira, Henrique Dias e Felipe Camarão.
Antigamente as lutas entre
invasores e patriotas eram sangrentas, valendo-se de trabucos.
Hoje os ataques à nação
acontecem sorrateiramente.
Com o passar dos tempos
e diante de conquistas não consolidadas, os imperialistas e donos do capital
mudaram a estratégia. Atualmente eles optaram em buscar aliados nos países que
pretendem explorar. E utilizam todas as formas para conseguirem seus intentos.
Favorecem estágios e cursos em seus domínios, especialmente para os que têm
potencial para o poder (além de políticos eles agora investem em membros da
justiça). Daí então – massageando o ego de alguns, acolhendo interesses de
outros e, também, inflando os bolsos dos gananciosos – estimulam a adoção de
medidas que lhe são favoráveis. Esta é a nova ideia que se tem da força
imperialista que estimula golpes em países sul-americanos e, na atualidade,
atinge a democracia brasileira.
No lugar de armas, utilizam
métodos de lavagem cerebral, usam os meios de comunicação para o aliciamento dos
incautos e fomentam ideologias e preferências na aplicação da justiça. Não é à toa que dão guarida a inversão dos normativos jurídicos, em absurdas teses que
ofendem conceitos universalmente consolidados. Então, robustecem aqueles que, em defesa do interesse
dos donos do puder, atingem de modo contundente a frágil democracia brasileira.
Na sequência de
agressões não faltaram: a) o golpe contra uma presidente eleita; b) a assunção
de um governo ilegítimo, formado por uma equipe desacreditada e com provas
substanciais de corrupção; c) a entrega do patrimônio nacional para empresas
estrangeiras; d) a redução de direitos, que acreditávamos de cláusula pétrea, da
classe trabalhadora; e outros atos de lesa-pátria.
O pior é que os patifes
anularam meu voto na última eleição. Agora, querem inviabilizar um direito que
é meu (e o da maioria dos brasileiros) de escolher o presidente do meu país. E
encontram força nos poderosos donos do capital, nos que sofreram lavagem cerebral
do Tio Sam, nos que defendem o próprio umbigo, e naqueles da classe média que pouco se
preocupam com a nação e, indiferentes, assistem as riquezas do país vilipendiadas pelo opressor imperialista.
Finalizando, sob a
nuvem escura do nefasto arbítrio, lembro a leitura do meu tempo de criança, no
Grupo Escolar Fausto Cardoso, e atualizo a frase de André Vidal de Negreiros:
Tudo
perdido, tudo perdido. É a simples troca de um “S” por um “Z”, o Brasil vai se
tornar “Brazil”.
Lamentavelmente, tudo como Tio Sam manda
e quer...
Aracaju,
31/01/2018
BETO
DÉDA