quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Os patifes estão trocando o nosso Brasil pelo “Brazil” que os outros querem.


Acontecimentos recentes fizeram-se recordar a leitura de um livro didático que, nos anos 50, fazia parte da grade curricular do Grupo Escolar Fausto Cardoso, em Simão Dias.

O texto descrevia uma reunião de patrícios que procuravam reunir forças para combater a invasão Holandesa, em episódio histórico conhecido como a Insurreição Pernambucana.

Nunca esqueci parte daquela leitura. E tento, agora, num esforço de memória, transmitir essa lembrança. O texto parece-me que dizia o seguinte:
Na quietude do rancho, sob a luz lúgubre de um candeeiro, dizia André Vidal de Negreiros:
 Tudo perdido, meu caro João Fernandes Vieira... Tudo perdido... Olinda vai se tornar Holanda! É a simples troca de um ‘i’ em ‘a’. Olinda vai se tornar Holanda...”

O texto seguia demonstrando o interesse dos insurretos em lutarem para evitar que os holandeses consolidassem a invasão. Lutaram bravamente e conseguiram derrotar os invasores no ano de 1654, sob o comando de André Vidal de Negreiros, João Fernandes Vieira, Henrique Dias e Felipe Camarão.

Antigamente as lutas entre invasores e patriotas eram sangrentas, valendo-se de trabucos.

Hoje os ataques à nação acontecem sorrateiramente.

Com o passar dos tempos e diante de conquistas não consolidadas, os imperialistas e donos do capital mudaram a estratégia. Atualmente eles optaram em buscar aliados nos países que pretendem explorar. E utilizam todas as formas para conseguirem seus intentos. Favorecem estágios e cursos em seus domínios, especialmente para os que têm potencial para o poder (além de políticos eles agora investem em membros da justiça). Daí então – massageando o ego de alguns, acolhendo interesses de outros e, também, inflando os bolsos dos gananciosos – estimulam a adoção de medidas que lhe são favoráveis. Esta é a nova ideia que se tem da força imperialista que estimula golpes em países sul-americanos e, na atualidade, atinge a democracia brasileira.

No lugar de armas, utilizam métodos de lavagem cerebral, usam os meios de comunicação para o aliciamento dos incautos e fomentam ideologias e preferências na aplicação da justiça. Não é à toa que dão guarida a inversão dos normativos jurídicos, em absurdas teses que ofendem conceitos universalmente consolidados.  Então, robustecem aqueles que, em defesa do interesse dos donos do puder, atingem de modo contundente a frágil democracia brasileira. 



Na sequência de agressões não faltaram: a) o golpe contra uma presidente eleita; b) a assunção de um governo ilegítimo, formado por uma equipe desacreditada e com provas substanciais de corrupção; c) a entrega do patrimônio nacional para empresas estrangeiras; d) a redução de direitos, que acreditávamos de cláusula pétrea, da classe trabalhadora; e outros atos de lesa-pátria.

O pior é que os patifes anularam meu voto na última eleição. Agora, querem inviabilizar um direito que é meu (e o da maioria dos brasileiros) de escolher o presidente do meu país. E encontram força nos poderosos donos do capital, nos que sofreram lavagem cerebral do Tio Sam, nos que defendem o próprio umbigo, e naqueles da classe média que pouco se preocupam com a nação e, indiferentes, assistem as riquezas do país vilipendiadas pelo opressor imperialista.

Finalizando, sob a nuvem escura do nefasto arbítrio, lembro a leitura do meu tempo de criança, no Grupo Escolar Fausto Cardoso, e atualizo a frase de André Vidal de Negreiros:

Tudo perdido, tudo perdido. É a simples troca de um “S” por um “Z”, o Brasil vai se tornar “Brazil”.

Lamentavelmente, tudo como Tio Sam manda e quer...
  

Aracaju, 31/01/2018

BETO DÉDA