O livro de Tonho de Liminha.
Nos tormentosos dias
atuais – em que o país sofre uma interferência perversa de um governo que
fomenta o ódio, sem freio na língua e nos atos, – o melhor mesmo é lembrar os
bons tempos passados, e até mesmo os do
início deste século, quando não se tinha medo de ser feliz.
E para nos ajudar a
fugir da loucura que vivemos nestes tormentosos dias, quem nos vem acudir é o
conterrâneo Amaral Cavalcante, grande poeta e cronista da Academia Sergipana de
Letras, conhecido em nossa terra como Tonho de Liminha, com o lançamento do seu
novo livro “A VIDA ME QUER BEM”.
Em seu livro, Tonho
seleciona algumas crônicas de sua vasta coletânea, recordando fatos de sua
vida, entre os quais os bons tempos de sua juventude em Simão Dias.
Há muito tempo que leio
nos jornais e no Facebook os seus interessantes textos. Hoje, com o lançamento
do livro, releio com alegria seus escritos escolhidos. E me delicio, relembrando as pessoas de nossa terra por ele comentadas.
Lembro todas elas e ouso mencioná-las aqui: seus
pais, Dona Corina, que fazia ótimo licor, e Seu Liminha, o técnico de nosso
time mirim de futebol; seu irmão Zé Nery,
bom companheiro de brincadeiras e o capitão de nosso time no campinho logo
abaixo da ladeira de Roque Boca Preta; seu tio Valério do Bar, que fazia bons refrescos
de goiaba e picolé nas salmouras da sorveteria; sua engraçada tia Anete; seu
primo Carlinhos de Valério, que se tornara um craque de futebol; Candhão, Padre Mário Reis, Joana Doceira, Seu
Oscar da Padaria, Seu Juca Matos e seu sítio com muitas frutas; Seu Cipriano,
sua bodega e seus filhos Dalmo e Damares; meu pai Zeca Déda e o jornal A Semana;
Seu Pedro Valadares e o vapor de descaroçar algodão; Seu Juca do Abrigo, também
conhecido como Juca Cotó, porque perdera um braço ao estourar uma bomba de
breu; Seu Didi da Marinete; Seu Tibúrcio e as irmãs Concita, que fazia maniçoba, e
Nanã Pumpum, que tinha a doença do “toque”, e andava nas ruas escolhendo onde
pisar; Bida da camioneta da Prefeitura; Seu Zé do Arroz; Seu Antônio Borges do
Cine Brasil; Hernane, o famoso artista Terry Dymm; João Broco que tinha uma
bodega e vendia lousa ou pedra de escrever e também os lápis de pedra; Dr.
Celso e D. Bertildes, a Fazenda Mercador
e o escritório eleitoral.
Toda essa maravilhosa gente,
mencionadas em suas crônicas, sempre pontuadas com o seu toque especial de
poeta.
O lançamento do livro ocorreu
há poucos dias, em concorrida noite de autógrafos nos salões da Sociedade Semear, aqui em Aracaju. Estive
lá, e obtive o precioso autógrafo do imortal
simãodiense.
“A VIDA ME QUER BEM” é
um livro que deve ser lido pelos conterrâneos que apreciam uma boa leitura e
gostam das lembranças da terra.
Aracaju,
21/11/2019
Beto
Déda