sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Meu sonho frustrado de violonista e a performance de meus sobrinhos-netos.

Recentemente estive em Salvador, revendo os lugares que frequentei na primeira metade dos anos 60 quando estudei no Colégio Duque de Caxias, no Bairro Liberdade. Foi lá que conclui meu curso científico. Naquela época, também participei do curso preparatório para o vestibular de engenharia, patrocinado pela SUDENE e realizado na Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia, no Bairro Federação.  Pela manhã participava do curso pré-vestibular e, à noite, concluía o curso Científico.   

Na época, morava na Praça Rockfeller, próximo a Praça das Piedade, em Barris, no apartamento que denominamos de “República dos Carvalho & Oliveira”, residência de jovens parentes. Todos muito unidos, responsáveis e que tínhamos como “presidente” o querido primo Zé Carvalho Oliveira.

Foi ali que tive minha grande frustração como violonista. Com as economias do valor da bolsa de estudos que recebia da SUDENE, comprei um bonito violão na loja “Duas Américas”, na Rua Chile. Pretendia aprender a tocar, mas fui forçado, por decreto do “presidente da república”, a me desfazer, incontinenti, do instrumento.  O primo Zé justificou seu “decreto” como um ato preventivo, destinado a evitar prejuízos ao tempo que eu dedicaria aos estudos. O decreto era determinante: “Desfaz do violão ou volta pra Simão Dias”.  E eu segui à risca, desistindo de aprender música. No mesmo dia presenteei o violão a uma colega sergipana do curso pré-vestibular.

Não é pouco dizer que até hoje fico pensando porque não tive o tesão necessário para espantar esse episódio e ter insistido na aprendizagem musical. Sobre esta minha aventura, dediquei algumas linhas, aqui postadas em 21/10/2012, com o título “E o mundo perdeu um grande violonista”.

Pois bem. Depois de reviver essas lembranças, de volta a Aracaju, encontrei uma resposta formidável para compensar minha frustração. O conforto reparador surgiu aqui nas redes sociais, ao perceber que dois queridos sobrinhos realizaram meu sonho, ao dedilharem com maestria o pinho. Para mim, que além de pai corujão, também sou um tio coruja, fico babando, ao ver e ouvir o desempenho dos garotos Tarcísio e Daniel Oliveira como exímios violonistas.

Peço permissão aos dois queridos sobrinhos-netos para replicar para os parentes e amigos o vídeo feito por eles e postado no Youtube. Eles tocam com maestria a cansão “Romance de amor” (ver no seguinte site:
https://www.youtube.com/watch?v=wyfbGJYZoM0).

Não é demais dizer que estou feliz. E fico mais alegre ainda, ao pensar no tamanho da felicidade de seus pais (Marco-Neire) e de sua avó (minha querida irmã Nancy).

E o primo Zé Carvalho – que agora deve usar um fio dental, porque já não existem as camisas “volta ao mundo” para ele tirar linhas para limpar os dentes – certamente estará dizendo:

- Tudo no seu devido tempo!


ARACAJU, 10/02/2017

BETO DÉDA

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