FESTEJANDO
MEUS 75 ANOS.
Desde o dia 25 até ontem, estive no
sítio Lago Dourado, distraindo-me com a família e, de modo especial, com meus
queridos netos. Foi lá que tive a alegria de comemorar os meus 75 anos.
Relembrei de muitas aventuras, de variados lugares e de pessoas queridas.
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Foto do lago dourado, onde comemorei e relembrei meu 75 anos. |
Na quietude do sítio, ao relembrar os
meus 75 “maios”, revi a contabilidade dos “teres” e “haveres” do meu tesouro (e
aqui faço uma ressalva: os “teres” e “haveres” que me refiro não são bens materiais; eles fazem parte de um patrimônio intangível e
riquíssimo que guardo no meu trepidante coração: as lembranças das pessoas que
comigo conviveram e convivem). Este valioso cabedal preservo com muito cuidado.
Sempre estou a admirá-lo e, como um mago, faço essas pessoas rejuvenescerem e,
revigoradas, tornam-se perenes no meu pensar.
As lembranças têm o dom especial de tornarem as pessoas
imortais. No meu pensamento as pessoas queridas, que participaram da minha
caminhada nesses 75 anos, continuam vivas, compartilhando meus bons e
agradáveis momentos. Para mim são imortais.
Recordo-me, agora, de minha querida mãe,
acariciando-me em seu colo, com um sorriso inigualável, contando-me como foi o dia em
que nasci. Dizia ela que aconteceu em uma manhã chuvosa de um domingo de
maio de 1941. Eu nascera sem demonstrar sinal de vida. A palmada na minha bunda
não me fez chorar. Chamaram meu pai e ele, aflito, pegou um garfo e começou a
bater forte em um prato, fazendo ruído junto ao meu ouvido. Foi o santo
remédio, dizia ela, lembrando que eu abri os olhinhos pretos e comecei a
chorar. Como se nota, demorei um pouquinho para entrar neste mundo.
Esse acontecimento justifica parte da
minha lentidão em entender o que se passa em minha volta. Na linguagem dos
jovens significa que demoro a perceber o toque da ficha que cai. É verdade, mas
em termos.
Pois bem, o meu aniversário ocorreu quarta-feira passada, e um montão de pessoas amigas enviaram mensagens
através do Facebook. Entretanto somente agora é que tive a alegria de ler e
sentir o carinho de cada palavra ali expressa.
Mas a demora em perceber as mensagens
não foi a minha lentidão de nascimento. O fato é que o sítio Lago Dourado não
dispõe do serviço de internet. Somente hoje, quando cheguei em casa e liguei o
computador, é que tive a alegria de ler as bondosas mensagens de parentes,
amigos e amigas. Fiquei sensibilizado, muito feliz mesmo e, porque não dizer,
senti o calor das lágrimas descendo sobre meu rosto. Lágrimas de alegrias. E
isto foi muito bom: fiquei feliz.
Embora com um pouco de atraso, agradeço
a todos que me honraram com suas manifestações de apreço.
Aracaju,
30/05/2016
BETO DÉDA
BETO DÉDA
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