terça-feira, 31 de maio de 2016


FESTEJANDO MEUS 75 ANOS.

Desde o dia 25 até ontem, estive no sítio Lago Dourado, distraindo-me com a família e, de modo especial, com meus queridos netos. Foi lá que tive a alegria de comemorar os meus 75 anos. Relembrei de muitas aventuras, de variados lugares e de pessoas queridas.

Foto do lago dourado, onde comemorei e relembrei meu 75 anos.
Na quietude do sítio, ao relembrar os meus 75 “maios”, revi a contabilidade dos “teres” e “haveres” do meu tesouro (e aqui faço uma ressalva: os “teres” e “haveres” que me refiro não são bens materiais; eles fazem parte de um patrimônio intangível e riquíssimo que guardo no meu trepidante coração: as lembranças das pessoas que comigo conviveram e convivem). Este valioso cabedal preservo com muito cuidado. Sempre estou a admirá-lo e, como um mago, faço essas pessoas rejuvenescerem e, revigoradas, tornam-se perenes no meu pensar.

As lembranças têm o dom especial de tornarem as pessoas imortais. No meu pensamento as pessoas queridas, que participaram da minha caminhada nesses 75 anos, continuam vivas, compartilhando meus bons e agradáveis momentos. Para mim são imortais.

Recordo-me, agora, de minha querida mãe, acariciando-me em seu colo, com um sorriso inigualável, contando-me como foi o dia em que nasci. Dizia ela que aconteceu em uma manhã chuvosa de um domingo de maio de 1941. Eu nascera sem demonstrar sinal de vida. A palmada na minha bunda não me fez chorar. Chamaram meu pai e ele, aflito, pegou um garfo e começou a bater forte em um prato, fazendo ruído junto ao meu ouvido. Foi o santo remédio, dizia ela, lembrando que eu abri os olhinhos pretos e comecei a chorar. Como se nota, demorei um pouquinho para entrar neste mundo.

Esse acontecimento justifica parte da minha lentidão em entender o que se passa em minha volta. Na linguagem dos jovens significa que demoro a perceber o toque da ficha que cai. É verdade, mas em termos.

Pois bem, o meu aniversário ocorreu quarta-feira passada, e um montão de pessoas amigas enviaram mensagens através do Facebook. Entretanto somente agora é que tive a alegria de ler e sentir o carinho de cada palavra ali expressa.

Mas a demora em perceber as mensagens não foi a minha lentidão de nascimento. O fato é que o sítio Lago Dourado não dispõe do serviço de internet. Somente hoje, quando cheguei em casa e liguei o computador, é que tive a alegria de ler as bondosas mensagens de parentes, amigos e amigas. Fiquei sensibilizado, muito feliz mesmo e, porque não dizer, senti o calor das lágrimas descendo sobre meu rosto. Lágrimas de alegrias. E isto foi muito bom: fiquei feliz.

Embora com um pouco de atraso, agradeço a todos que me honraram com suas manifestações de apreço.

Aracaju, 30/05/2016
BETO DÉDA

 

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