quarta-feira, 31 de agosto de 2016


AS FÁBULAS QUE OS FATOS ATUAIS  NOS FAZEM RECORDAR.

Nos velhos tempos, em Simão Dias, quando eu estudava no Grupo Escolar Fausto Cardoso, ficava empolgado com as leituras determinadas por minhas professoras. Os exercícios que mais me cativavam eram as interpretações das fábulas, que são narrativas em sentido figurado, em que os personagens são animais que pensam e falam como se humanos fossem, sobressaindo uma lição de moral.
Guardo boas lembranças das fábulas de Fedro, Esopo, La Fontaine, em versões do Monteiro Lobato, que usava uma narrativa própria para os jovens.
Os acontecimentos políticos que vivemos na atualidade fizeram-me recordar da fábula “O Lobo e o Cordeiro”, que interpreto, agora, levando em conta a ambiência política do momento.
Em tempo de crise, com sol a pino e muito calor, um lobo faminto, traidor e cheio de trejeitos, dirigiu-se a um riacho para beber. Lá chegando, avistou na parte mais baixa do riacho uma cordeira (ou cordeiro?), que bebia tranquilamente. Era uma ovelha que liderava e defendia os direitos de um grande rebanho. O lobo pensou com seus botões que esta era a oportunidade de, em um grande golpe, saciar sua incontida fome e espoliar o indefeso rebanho.
Então, o gesticulador lobo olhou para a ovelhinha e grunhiu:
- Ei, não vês que estais a turvar a água que vou beber? Devorar-te-ei por isto!
Ao ouvir tal acusação e ameaça, a ovelhinha respondeu:
- Nada tenho a temer. Sua acusação não procede. Como posso turvar a água que você vai beber se o riacho passa primeiro por você e só depois desce para mim.
Atrapalhado com a resposta, mas sem perder a ousadia, exclamou:
- Sei que no ano passado, além de pedalar ilegalmente uma bicicleta, você falou mal de mim.
- Esta é outra mentira. Pedalar não é crime e no ano passado eu não existia.
Mais uma vez inconformado, o lobo insistiu, como sempre usando a tal mesóclise:
- Se não foi você, foi seu irmão ou seu pai. Tomar-te-ei o lugar – e saltou devorando a ovelhinha.
MORAL DA HISTÓRIA: Quando os patifes ardilosos e traidores decidem fazer o mal a todo custo, qualquer razão serve, mesmo que seja uma baita mentira.
O palco das traições e mentiras
Saindo agora da narrativa infantil e voltando para os fatos atuais, devo esclarecer que foi desta forma que anularam o meu voto para a Presidenta Dilma. Usaram subterfúgios, traições, mentiras e feriram de morte a democracia. O precedente que adotaram determina um efeito devastador, porque qualquer Presidente, Governador ou Prefeito, eleito democraticamente pelo voto direto do povo, poderá ser sumariamente destituído quando não rezar na cartilha da elite perversa ou discordar dos seus “interesses”.
Assim é que, fulo de raiva com a injustiça e o golpe perpetuado por políticos da direita (fieis ou dissimulados reacionários), que desrespeitaram a vontade da maioria do povo, afirmo categoricamente que não podemos concordar com os deputados ou senadores que  –  com a maior cara de pau, bem alisadas e untadas com óleo de peroba   –  tenham a ousadia de nos pedir voto.
Se eles anularam o nosso voto, não merecem ser votados. O que merecem mesmo é um “Vade Retro me”. Ou melhor, na tradução usada pelos simãodienses: - Vai-te pra lá, pra longe de mim!

Mas continuarei eleitor, votando naqueles que defendem o interesse do povo. 
ARACAJU, 31/08/2016

BETO DÉDA

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