Lembrando a peraltice da moringa na janela.

Revendo este vídeo, retorno
aos tempos de criança, lembrando as pessoas que por ali moravam. Iniciando pela Rua do Comércio Velho – a
primeira recordação é a da casa do Sr. Nanô, que era funcionário federal
(coletor), casado com D. Floripes. Era uma casa antiga, vizinha às Escolas
Reunidas, com telhado comum naquela época, tipo beiral, conhecido como “beira e
bica”, protegendo a parede da frente que tinha uma porta e três janelas. A referida casa já foi reformada e a lembrança que tenho de sua antiga frente tem um
motivo: uma peraltice de criança que guardei hermeticamente na minha cachola e
somente hoje repasso para os amigos.
No tempo de verão, era
costume de Seu Nanô colocar uma moringa para esfriar no batente da janela da
frente de sua casa. A brisa da tarde refrescava a água de tal forma que a
moringa respingava gotas, como orvalho.
Pois bem, certa tarde
do início dos anos cinquenta, eu passava pela frente da casa de Seu Nanô, em
direção à padaria do Gumercindo, e deparei-me com a tal moringa na janela. De
súbito, tive a ideia de uma travessura: com a ponta do dedo indicador empurrei a
moringa que se espatifou, molhando o chão da sala e respingando na preguiçosa
em que Seu Nanô cochilava. Quando notei o despertar do proprietário, fugi em disparada
para não ser percebido. Retornei a minha casa, por um roteiro mais longo,
contornando a Rua da Lama. Até hoje não
esqueço o susto de Seu Nanô, que largou longe o pente fino que costumava alisar
seu cabelo.
Ao revelar essa traquinagem
dos velhos tempos e na impossibilidade de me desculpar perante Seu Nanô, presto,
aqui e agora, minha homenagem ao saudoso conterrâneo.
Neste vídeo os
simãodienses recordarão de pessoas amigas e edificações antigas: o prédio onde
funcionou Caiçara Clube, o Armarinho de Lélia e Inês Carvalho, a Padaria de
Gumercindo Fraga, as casas de Barbosa Guimarães, tio Sissi e do Sr. Demétrio, a
Padaria de Joãozinho, o sobrado do Seu Janjão Nunes, a casa do mestre Raimundo Macedo
(sede da filarmônica Lira Santana), o prédio do Cine Brasil, o Cartório do 2º
Ofício, de Dadinha (Maria da Soledade Macedo Freitas), que, antigamente, fora
de meu tio Sininho Déda e, também, o prédio onde funcionou o Banco do Brasil até 1953 e o antigo Açougue Municipal.
O vídeo vale mais que
mil palavras. Postei em minha página no Facebook. Vejam lá...
Aracaju, 21/10/2016
BETO DÉDA
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