segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024

 Os poemas de Paulo Rodrigues Alves.

 

No dia 22 de janeiro passado, eu tive a alegria de presenciar dois importantes momentos da vida de meu amigo e poeta Paulo Rodrigues Alves: sua posse na cadeira do Movimento de Apoio Cultural Antônio Garcia Filho, da Academia Sergipana de Letras(ASL); e o lançamento do seu livro de poesias “Tendas de Minh’ Alma”.


 

Paulo Rodrigues Alves (Contracapa do livro)

Paulo faz parte do grupo de estimados amigos que tenho desde os bons tempos que trabalhamos no Banco Nordeste (BNB), agência de Simão Dias. É uma pessoa querida, que sempre nos causa admiração pela sua inteligência e idoneidade. Executa seus trabalhos com muita dedicação e, nas horas vagas, é leitor assíduo de bons livros e é um bom poeta com muito senso de humanidade.

Lembro-me, desde o tempo que trabalhamos em minha terra, que ele já se destacava não só pela eficiência e seriedade em trabalhos rurais como Fiscal Orientador e Técnico Agrícola do BNB, mas também por sua cultura, quando apresentava e era aplaudido por seus belíssimos poemas declamados na Associação de Jovens Idealistas Simãodienses. Marcou presença nos acontecimentos culturais da época.

No mesmo sentido teve sua atuação em Aracaju, onde também trabalhamos juntos no Banco do Nordeste. Com esforço, trabalhando e estudando, ele formou-se em Economia, e continuou sua atuação crescente na atividade cultural. Foi premiado em diversos concursos de poesia. Em sua terra natal – Cedro de São João – foi o fundador e presidente da Academia Cedrense de Letras e Arte. 

Dele recebi, em primeira mão, poemas inéditos e plenos de sabedoria. Maravilha, mesmo!

Recentemente, em justo exame, reconhecendo as qualidades intelectuais de Paulo Rodrigues Alves, a Academia Sergipana de Letras(ASL) o aprovou para assumir uma cadeira no Movimento de Apoio Cultural daquele sodalício. Na cerimônia de posse, bem concorrida, fiquei alegre ao saber que Paulo assumia a cadeira que tem como patrono o grande sergipano Epifânio Dória, que tive a honra de conhecê-lo no tempo que ele era secretário do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe; o Sr. Epifânio Dória era amigo de meu pai; eu costumava transportar correspondências deles.

Tenho certeza que a ASL escolheu um bom e produtivo acadêmico. 

Não é demais dizer que meu amigo Paulo é um incentivador de criações e cultivador do intelecto, além da poesia, sempre gostou de boas músicas: dedica-se também a dedilhar um bandolim e executa com maestria canções antigas, participando em atividades musicais em cerimônias religiosas. 

O seu livro “Tendas de Minh’Alma” é um encanto para se ler e para se deliciar com sua mágica em escolher, arrumar e rimar as palavras, dando um sentido profundo em cada verso. E com o cuidado que lhe peculiar, esclarece em textos bem escritos, como a musa lhe inspirou em alguns poemas. O que demonstra seu tino em saber prosear.

O livro de |Paulo Rodrigues Alves



Fiquei imensamente feliz em presenciar a beleza da concorrida reunião que aplaudiu o êxito do bom amigo naquela tarde e, depois, me encantei ao ler  "Tendas de Minh'Almas"...


Vejam alguns versos que pincei do livro de Paulo:

Recordando o pai:

"Nesta hora, a remar, cantar - ele seguia,

E eu achava lindo o seu contentamento!   

Quantas lições, meu pai, o senhor me transmitia,

No grande amor à lida, em busca do sustento! "   

    

Comentando o descaso para com os trabalhadores:

                          “Como se não bastasse a mais-valia

A produzir escravos mundo afora,

Poucos veem no operário a primazia,

Fazendo sua esperança ir-se embora”

 

Sobre o espelho e o envelhecer: 

“Espelho, no passado davas-me alegria,

 Eras mui gentil e bela companhia,

 Que me enchia de orgulho ao dirigir-lhe o olhar,

Porque no meu semblante expunhas juventude,

Á minha face davas traços de saúde,

De quem tem longa vida e a virtude de amar.

 

Contrariamente, espelho, agora expões meus danos,

Os desgastes sofridos no correr dos anos,

De forma que a ti só um soslaio dirijo

Para ver as rugas dum ser alquebrado,

Mesmo sendo feliz com todo o meu passado,

Porque semeei paz – esta paz que inda vivo...”


 E a beleza dos poemas se espalham pelo novo livro. Bom, muito bom mesmo!

Meus parabéns e um fraternal abraço para Paulo, sua esposa Maria Auxiliadora e seus filhos Ana, Paulo e Valéria.

E para meus parentes e amigos que gostam de poesia, recomendo a leitura do livro do nosso ilustre sergipano. 

 

Aracaju, 19/02/2024

Beto Déda.

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