Os poemas de Paulo Rodrigues Alves.
Paulo
faz parte do grupo de estimados amigos que tenho desde os bons tempos que
trabalhamos no Banco Nordeste (BNB), agência de Simão Dias. É uma pessoa
querida, que sempre nos causa admiração pela sua inteligência e idoneidade.
Executa seus trabalhos com muita dedicação e, nas horas vagas, é leitor assíduo
de bons livros e é um bom poeta com muito senso de humanidade.
Lembro-me, desde o tempo que
trabalhamos em minha terra, que ele já se destacava não só pela eficiência e
seriedade em trabalhos rurais como Fiscal Orientador e Técnico Agrícola do BNB,
mas também por sua cultura, quando apresentava e era aplaudido por seus
belíssimos poemas declamados na Associação de Jovens Idealistas
Simãodienses. Marcou presença nos acontecimentos culturais da época.
No mesmo sentido teve sua
atuação em Aracaju, onde também trabalhamos juntos no Banco do Nordeste. Com
esforço, trabalhando e estudando, ele formou-se em Economia, e continuou
sua atuação crescente na atividade cultural. Foi premiado em diversos concursos
de poesia. Em sua terra natal – Cedro de São João – foi o fundador e
presidente da Academia Cedrense de Letras e Arte.
Dele recebi, em primeira mão,
poemas inéditos e plenos de sabedoria. Maravilha, mesmo!
Recentemente,
em justo exame, reconhecendo as qualidades intelectuais de Paulo Rodrigues
Alves, a Academia Sergipana de Letras(ASL) o aprovou para assumir uma cadeira
no Movimento de Apoio Cultural daquele sodalício. Na cerimônia de posse, bem
concorrida, fiquei alegre ao saber que Paulo assumia a cadeira que tem como
patrono o grande sergipano Epifânio Dória, que tive a honra de conhecê-lo no
tempo que ele era secretário do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe;
o Sr. Epifânio Dória era amigo de meu pai; eu costumava transportar
correspondências deles.
Tenho certeza que a ASL escolheu um bom e produtivo acadêmico.
Não é demais dizer que meu
amigo Paulo é um incentivador de criações e cultivador do intelecto, além da poesia, sempre gostou de
boas músicas: dedica-se também a dedilhar um bandolim e executa com maestria
canções antigas, participando em atividades musicais em cerimônias
religiosas.
O
seu livro “Tendas de Minh’Alma” é um encanto para se ler e para se
deliciar com sua mágica em escolher, arrumar e rimar as palavras, dando um
sentido profundo em cada verso. E com o cuidado que lhe peculiar, esclarece em
textos bem escritos, como a musa lhe inspirou em alguns poemas. O que demonstra
seu tino em saber prosear.
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O livro de |Paulo Rodrigues Alves |
Fiquei
imensamente feliz em presenciar a beleza da concorrida reunião que aplaudiu o
êxito do bom amigo naquela tarde e, depois, me encantei ao ler "Tendas
de Minh'Almas"...
Vejam alguns versos que pincei
do livro de Paulo:
Recordando o pai:
"Nesta hora, a remar,
cantar - ele seguia,
E eu achava lindo o seu contentamento!
Quantas lições, meu pai, o senhor me transmitia,
No grande amor à lida, em busca do sustento! "
Comentando o descaso para com os trabalhadores:
“Como se não
bastasse a mais-valia
A produzir escravos mundo afora,
Poucos veem no operário a
primazia,
Fazendo sua esperança ir-se
embora”
Sobre o espelho e o envelhecer:
“Espelho, no passado davas-me
alegria,
Eras mui gentil e bela companhia,
Que me enchia de orgulho ao dirigir-lhe o
olhar,
Porque no meu semblante expunhas
juventude,
Á minha face davas traços de saúde,
De quem tem longa vida e a
virtude de amar.
Contrariamente, espelho, agora expões meus danos,
Os desgastes sofridos no correr
dos anos,
De forma que a ti só um soslaio dirijo
Para ver as rugas dum ser
alquebrado,
Mesmo sendo feliz com todo o meu
passado,
Porque semeei paz – esta paz que
inda vivo...”
E a beleza dos poemas se espalham pelo novo livro. Bom, muito bom mesmo!
Meus
parabéns e um fraternal abraço para Paulo, sua esposa Maria Auxiliadora e seus
filhos Ana, Paulo e Valéria.
E para meus parentes e amigos que gostam de poesia, recomendo a leitura do livro do nosso ilustre sergipano.
Aracaju,
19/02/2024
Beto
Déda.
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