sexta-feira, 16 de setembro de 2016

UM FATO REPROVÁVEL.


Nesta semana os meios de comunicação divulgaram mais um lamentável exemplo de violação às garantias da dignidade da pessoa humana, em ato praticado por aqueles que têm como lema a defesa da Lei: procuradores do Ministério Público Federal que atuam na Operação Lava Jato.

Em apresentação espalhafatosa os procuradores fizeram uma agressiva exposição para ofender a reputação e a imagem do maior líder nacional de todos os tempos: o ex-presidente Lula.  E o pior é que fizeram acusações ao Lula e sua família sem provas, justificadas com um simples “temos convicção”.  

Ora, ora, paciência não temos e nem devemos ter com tais apresentações midiáticas. Trata-se de um desrespeito inconcebível às garantias fundamentais previstas na legislação vigente, que asseguram a dignidade da pessoa humana e a presunção de inocência.

Charge de Vitor Teixeira - 2016
Power point d' O Cafezinho"
Ninguém está acima da lei, nem Lula nem qualquer outra pessoa, inclusive os procuradores. Mas o que se viu foi um ato – que devia ser formal, processual, seguindo os ritos legais – transformar-se em um ofensivo, ideológico e vergonhoso espetáculo midiático, utilizando lâminas de transparência, o tal do “power point”, como se estivessem expondo aulas para colegiais. O que resultou do uso de tal recurso foi uma crescente ridicularização do ato nas redes sociais. Aliás, a achincalhação das postagens não foi só pelo uso do tal “power point”, mas de modo especial referia-se a justificativa inconcebível do procurador chefe, quando afirmou que "não tinham provas" mas “convicção”. 

Meses atrás, eu lamentava aqui mesmo no facebook a decisão autoritária do juiz que, desrespeitando a legislação penal e nossa Carta Magna, determinou a intimação coercitiva do ex-presidente Lula. Temíamos que a ofensa do juiz aos ditames legais  se tornasse exemplo para outros operadores do direito.

Não tardou a se constatar nossa temeridade. A lição e o péssimo exemplo foram seguidos na mesma “República do Paraná”, lamentavelmente por aqueles que, por dever de ofício, são obrigados a pugnarem pela defesa dos princípios estabelecidos no ordenamento jurídico.

Daí o meu protesto indignado por esse revoltante fato provocado e incentivado pelos que não se conformaram com os votos dos mais de 54 milhões de brasileiros que apoiam Dilma e o ex-presidente Lula.

As falácias dos procuradores não me convencem, nem arrefecem meu pensamento. Continuo acreditando em Lula e nele continuarei votando.

Estarei ao lado dos que acreditam na democracia e no Estado de Direito.

Aracaju, 16/09/2016.
BETO DÉDA


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