Lembranças
do Ginásio Jackson de Figueiredo e de João Gilberto
Ubiratan Mendes foi meu contemporâneo
no Ginásio Jackson de Figueiredo e posteriormente foi meu colega dos velhos
tempos do Banco do Nordeste. Atualmente é um amigo e tanto no Facebook. Sou um
seguidor assíduo de suas postagens inteligentes, divertidas e de muito bom
gosto, quer nos seus escritos ou na excelência das músicas que partilha.
Pois bem. No mês de dezembro passado,
o Ubiratan Mendes – conhecido entre os íntimos como Bira – mandou-me um
mensagem no qual me lembrava de que João Gilberto, o grande cantor, violonista,
compositor e gênio da música popular brasileira tinha estudado no Ginásio Jackson
de Figueiredo aqui em Aracaju.
Na semana passada meu cunhado Haroldo
Déda reativou minha memória, com a mesma indagação sobre a passagem do grande compositor no ginásio dirigido pelo saudoso casal Benedito e D. Judite Oliveira.
Lembro-me muito bem que lá pelo final
dos anos 50 (entre 1959 e 1960) o João Gilberto esteve no Jackson, fazendo uma
visita aos diretores e com eles jantou. A sala de jantar dos diretores era
guarnecida com janelas com vidros, e dava para o pátio do recreio, onde ficavam
os alunos internos, que observavam a elegância dos diretores em suas refeições.
No dia em que o genial compositor esteve por lá, eu e alguns colegas nos
posicionamos para observar o ilustre visitante na sala de jantar, conversando com
o Prof. Benedito e Dona Judite.

Muitos anos depois, o João Gilberto
fez apresentações aqui em Aracaju, no Teatro Ateneu e no EMES. Sempre
recordando o tempo em que estudou no Jackson e prestando homenagens aos
Diretores.
Lembro-me que na apresentação no EMES
ele recordou de alguns colegas e fez questão de elogiar a inteligência do seu amigo
Ezequiel Monteiro, notável intelectual sergipano, que também foi aluno daquela escola.
No tempo que fui interno no Jackson,
participei de um conjunto musical que usava o serviço de alto-falante do
Ginásio e tocava sambas da época. Eu era o tocador improvisado e medíocre do afoxé
ou do ganzá. Às vezes a turma, timidamente, cantarolava o “Chega de Saudade” que
marcou o início da bossa nova.
Certa vez, depois de apresentação de
uma canção, sofremos uma ligeira e talvez merecida vaia de alguns colegas.
Tomei o microfone e fiz a defesa do conjunto. Pouco depois, um bedel transmitia
uma mensagem de D. Judite, elogiando o musical e nosso pronunciamento. Ficamos
todos conchos com a aprovação recebida da diretoria do Ginásio.
Ainda hoje sou um fã incondicional
desse magnifico músico, que para alguns críticos tem uma personalidade intrigante,
meio maluco em seu perfeccionismo, mas que é um gênio não resta a menor dúvida.
E o que é melhor: ele nunca esqueceu que foi aluno do Ginásio Jackson de
Figueiredo e sempre elogiou aquele estabelecimento de ensino.
Foi bom me lembrar de minha escola e
do genial João Gilberto. E agradeço isto ao colega Bira e ao querido cunhado
Haroldo.
Aracaju,
12/01/2017
BETO
DÉDA
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