OS CURRAIS DE BOIS DE BARRO,
A VILA SIDON E AS XILOGRAVURAS.
Nesta semana, para espantar a solidão, procurei abrigo em minha tenda de armengues e comecei a fazer um mini curral para bois de barro, encomendado por minha querida irmã Maura para presentear seu bisneto Guilherme.
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A fazendinha de meu neto |
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Anúncio da Sidon no jornal A Semana - 29-10-1946 |
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Minha mesa de diversão, iniciando o curral de Guilherme |
Pois bem. Estava eu na minha oficina de armengues, construindo a fazendinha de brinquedos e enquanto entalhava o nome Vila Sidon no travessão da mini cancela, passei a me lembrar de meu pai fazendo as xilogravuras para o jornal “A Semana”.
Com meu pai aprendi muitas coisas, dentre elas as primeiras noções do uso do estilete no entalhe de madeiras. Naquele tempo eu ficava ao seu lado, absorto, observando o seu cuidado e maestria ao esculpir na madeira as charges que publicava na seção “Piada da Semana” do jornal. Ele fez mais de quatrocentas xilogravuras.

Foi com o estímulo do meu pai e mestre que me aventurei a entalhar algumas de suas charges. Tempos depois, quando ele nos deixou e passou para outra dimensão da vida, no glorioso mundo celeste, me aventurei a fazer algumas gravuras – diga-se de passagem: armengues, tal como são minhas obras de artesanato. Com o pseudônimo “Júnior” ousei publicá-las, no final de 1968, dando continuidade à seção “Piada da Semana”. (Na charge ao lado uma crítica à água salgada fornecida pela CAENE à população de Simão Dias).
São fatos alegres da
vida que voltam à memória em consequência de um leve toque. E esta minha
insistência em lembrá-los me distancia das amarguras dos dias atuais e me
conduz a uma realidade mais amena da que se vive na atualidade de nosso Brasil.
Abarco com carinho tais
lembranças e, feliz com elas, realizo, agora, o sonho de uma fazendinha de bois
de barro para Guilherme, o trineto do meu querido tio Paulo.
E narro essas lembranças, aqui e agora, sem
acanhamento, para os amados parentes e amigos, especialmente os mais jovens, para que sejam preservadas como memória dos bons tempos.
Aracaju, 03/04/2017
BETO DÉDA
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