Eu,
artesão improvisado...
Na minha idade, o nada
fazer provoca um estrago terrível, isto porque a mente sem ocupação é tragada
pelos maus espíritos que dirigem os pensamentos para assuntos indesejados, onde
proliferam o sofrimento, a depressão e, também, a maldade.
Sabendo disso – e em
alguns momentos sofrendo também esse mal – procuro ocupar meu pensamento com
uma variedade de mimos que açoitam para longe o que julgo maléfico.
Assim é que meu tempo é
dividido entre escrever, ouvir boas músicas, conversar com amigos, cantar no banheiro e, em maior tempo, dedicar-me a tarefas como improvisado artesão.
O fato é que ocupo minha mente com muita distração. Em minha
oficina de “armengues” tento aproveitar todo pedaço de madeira e esboçar um
proveito. Um simples galho que sobrou da poda de um cajueiro, eu tento
transformar em um brinquedo para meu neto. E o melhor é que agindo
assim desvio seus pensamentos da tela do celular, que nos dias atuais enfeitiça
não só as crianças, mas também os adultos.

E não foi só isto. Com
um pouco de paciência, fiz duas mesinhas, torneando sobras de sarrafos de
construção e usando duas toras de jaqueira que me foram ofertadas pelo sobrinho
João Déda.
Também aproveitei um bueiro
tubular de concreto e fiz uma nova “fonte dos desejos”, que orna o jardim do Lago
Dourado.
Confesso que, na verdade, fico
empolgado com minhas próprias realizações de "artesão-armengueiro”. Tanto é assim que pedi ao filho Bruno para
fotografar meus feitos, que apresento aqui, de modo a permitir que os amigos apreciem. E repitam o bondoso elogio de meu saudoso sogro, Seu Antônio Silva, que exclamava com ênfase ao apreciar meus trabalhos:
- Armengue de um artista...
Aracaju,
02/10/2017
BERO
DÉDA
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