terça-feira, 3 de abril de 2018


LONGE DA INTERNET E SONHANDO COM AS GAROTAS DOS BONS TEMPOS.

Estive ausente da internet e em especial das redes sociais já faz alguns dias. Estava no Lago Dourado, fazendo coisas próprias de aposentado. Procurando criar alguma novidade, tentando, sem parar, livrar minha mente daqueles que tentam empurrar nosso país para a intolerância e o fascismo.

Nestes últimos trinta dias eu procurei ficar longe das tendenciosas notícias dos comprometidos meios de comunicação e afastar-me das maldições dos que aqui, perto de nossa gente, mentem e atacam de modo impensado, deixando-nos perplexos, decepcionados e entristecidos.

Estamos vivendo momentos terríveis, com patifes tomando conta do país. Uma lástima!

Mas, lancemos as coisas ruins para longe. 

Na verdade, aproveitei o tempo para pensar em coisas boas. Toda tarde sentava-me à margem do Lago Dourado, apreciando os patos selvagens, os passarinhos, os peixes e os camaleões. Eram momentos que me embriagavam com a beleza do entardecer. Lindo que só vendo para sentir. Especialmente para quem já passou por muitos estágios da vida. Momentos maravilhosos, de prece e sossego.

Confesso que nas tardinhas, lá no Lago Dourado, deixava a porteira de minha memória livre para passarem as lembranças prazerosas dos bons tempos. Em uma das tardes, surgiram recordações de meninas e moças encantadoras que passaram por minha vida. As que comigo compartilharam brincadeiras e namoros na Rua dos Ribeiros e Praça da Matriz em minha terra. E também aquelas que passeavam pela Praça Fausto Cardoso, em Aracaju, ou no Bairro Barris, na cidade que chamávamos Bahia e que hoje é conhecida como Salvador. Sem esquecer as queridas e amadas garotas de Paripiranga, a famosa Paris baiana. Meninas e moças lindas, charmosas, com cabelos em tranças longas, ou encaracolados, com cortes frontais, tipo simpatia, macios ou crespos, todos bonitos e agradáveis de apalpar com as duas mãos.

Sentado no píer do Lago, pensei em  cada uma delas, as moreninhas, as loiras, as encantadoras cor de café; todas renasceram no meu pensamento, tal como viviam nos felizes anos de minha infância e juventude. Todas inesquecíveis e lembro os detalhes de cada uma delas. Lindas, amáveis e que o tempo não apaga de minha memória. As lembranças se repetiram em dias seguidos e renovaram minhas forças.

Então, na última tarde de devaneio, indaguei aos meus botões:

- Mas, por onde andam essas garotas?

Depois de uma pausa para  reflexão, percebi que não sei o destino da maioria delas. Certamente hoje estão todas mudadas fisicamente ou, talvez, algumas nem estejam em nosso mundo. O que sei é que, para mim, continuam todas elas meninas e garotas, lindas, sorridentes e esbanjando ternura e, tal qual antigamente, animando meu coração...

E lá, olhando o lento remanso das águas do lago, orei por todas elas, sem exceção, pois no meu pensamento continuam jovens, lindas, graciosas, alegres e amadas.

E elas enchem meu pensar de felicidades.


Aracaju, 03/04/2018
BETO DÉDA

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