O MÊS DE MARÇO NOS FAZ
LEMBRAR ARTUR E MARCELO.
No mês de março, duas
datas são significativas para nossa família: os dias 2 e 11. Isto porque lembramos
com muita saudade os aniversários de dois queridos familiares que já partiram
para as esferas celestiais: no dia 2 de março de 1932 nasceu meu saudoso irmão
Artur Oscar de Oliveira Déda; e no dia 11 de março de 1960 foi a data de
nascimento do também inesquecível sobrinho Marcelo Déda Chagas.
Eles foram dois grandes
parentes, merecidamente referenciados pela família e amigos, pela força,
honradez e lealdade que espontaneamente nos lideravam e nos orientavam.
Sempre estiveram partilhando
das reuniões da família, reforçando os laços de amizade, solidários nas
alegrias e nas tristezas. E nesses encontros a palavra chave era relembrar os
nossos antepassados, revivendo os bons momentos de familiares e lembrando os
casos em que o humor era o ponto culminante.
Artur e Marcelo eram dois
reconhecidos intelectuais e poetas encantadores. Deles guardo dois momentos emocionantes.
Lembro-me, agora, de um
dos últimos encontros que estivemos juntos: eu, Artur, Cláudio e Marcelo.
Naquele dia estávamos
no apartamento de Marcelo e, ao ouvir o prosear cultural deles, fiquei boquiaberto,
maravilhado mesmo, ao presenciar a intelectualidade dos maravilhosos
parentes.
Foi naquele dia que
Marcelo nos apresentou o rascunho do seu livro “Improvável Poética”.
Empolgado, recitava versos e esclarecia os momentos que lhe inspirara cada
poesia. Na época ele já estava debilitado pelo efeito da quimioterapia. Tinha
dificuldade de folhear as páginas do rascunho do livro. E pediu-me que
folheasse e passasse para ele os versos escolhidos, que ele lia e dialogava com
Artur sobre o sentido de cada palavra. Em dado momento olhou-me com seu bonito
sorriso e indicou a página que tinha uma surpresa: era a poesia “Cine
Brasil”, em que escrevera uma dedicação especial: ”Para Beto Déda”.
A emoção me deixou mudo
e encantado ao ouvir sua eloquente voz recitando versos que evocavam tempos de
criança. Era o melhor presente que ele podia me conceder; especialmente porque
os versos lembravam coisas de nossa Simão Dias.
Lembrar os momentos vividos com Artur
e Marcelo é um exercício que me faz bem. Mais do que parentes queridos, eles também
eram amigos e tanto, daqueles que guardamos no lado esquerdo do peito, como diz
os versos da música de Milton Nascimento:
Amigo é coisa pra
se guardar
Debaixo de sete chaves
Debaixo de sete chaves
Dentro do Coração.
...
Pois seja o que
vier
Venha o que vier
Qualquer dia, amigo
Eu volto a te encontrar
Qualquer dia, amigo
A gente vai se encontrar.
Qualquer dia, amigo
Eu volto a te encontrar
Qualquer dia, amigo
A gente vai se encontrar.
E para completar essas
lembranças dos queridos Artur e Marcelo, reproduzo, a seguir, fotos de uma das
reuniões da família em que comemoramos os aniversários dos dois grandes parentes.
Foi um fato inesquecível, em que a simpatia deles irradiava felicidade para
todos.
Aracaju, 26/03/2019
BETO DÉDA
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