O caçador de relíquias em
Simão Dias
Esta
semana estava assistindo ao documentário Caçadores
de Relíquias, no canal History, e lembrei-me que também em Simão Dias
apareceu um comprador de antiguidades.
Naquela
época a feira da cidade acontecia na Avenida Coronel Loyola e lá apareciam
mascates, trovadores e comerciantes de todas as mercadorias, inclusive
caçadores de relíquias.
Em
um sábado, dia da grande feira, lá pelas 9 ou 10 horas fui merendar no bar de
Seu Pedro Mendes que era vizinho à redação do jornal A SEMANA. Ali chegando,
notei que naquele momento estava saindo um senhor de cabelos grisalhos,
aparentando meia-idade, usando um terno surrado com gravata borboleta e
portando uma pequena pasta. Era um comprador de antiguidades que já tinha
negociado algumas peças antigas com D. Raimunda da Pensão.
Seu
Pedro, o dono do bar, sempre pilhérico, apontando para o homem de gravatinha,
disse-me:
- É o negociante de velharias,
veio aqui me indagando se tinha alguma antiguidade para negociar. Pensei rápido
e lembrei-me que embaixo do meu balcão havia uma coisa muito antiga e que
chegara a hora de pegar algum valor.
Acrescentou,
então, que apresentara uma velharia ao comprador, o qual, incrédulo e
sorridente, negara-se a comprar a “relíquia” e retirou-se pausadamente do bar.
Com
ar de gozação, Seu Pedro esclareceu-me o ocorrido. Contou-me que sacara a
“antiguidade” de um prego (conhecido como “pendura”), onde ele guardava as
contas de quem pedia para pagar depois. Era uma velha nota de dívida de um
conhecido velhaco da cidade. Gracejando, ele informava o nome do devedor,
pronunciando letra por letra e juntando as sílabas...
E
abrindo um sorriso largo, mostrando seu dente de ouro, concluiu:
- É uma antiguidade
baratíssima! Repasso por apenas 5% do seu valor. Quer comprar?
Aracaju, 20/11/2014
Beto Déda
Aracaju, 20/11/2014
Beto Déda
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